Artigos | Com FIEMS | 02/08/2016 17h37

O otimismo finalmente começa a voltar

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Levantamento divulgado no último domingo pelo jornal Folha de São Paulo, feito com os principais executivos de cem multinacionais que operam no Brasil, mostrou que o otimismo começa a voltar ao horizonte do País. Em 52% dos casos, os comentários sobre a economia foram positivos, vislumbrando um novo cenário para suas operações. Temas como economia fraca, inflação e câmbio, foram observados de forma mais otimista para os próximos meses no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a situação não é diferente. Dados do Radar Industrial da Fiems, apontam que o índice de expectativa de demanda dos industriais em nosso estado, pelo segundo mês consecutivo, esteve acima da linha dos 50 pontos, o que demonstra perspectiva de aumento para os próximos seis meses. Já em relação ao consumo de matérias-primas, a perspectiva é de estabilidade, demonstrando que o empresário da indústria de Mato Grosso do Sul já não espera reduzir suas compras.

Mesmo que a produção ainda não tenha apresentado crescimento, é importante destacar que desde o início de 2016 o indicador vem subindo. A soma de tudo isso é muito simples: O empresário do Brasil e de Mato Grosso do Sul está voltando a confiar que o pior na economia já passou. Muitos especialistas tem repetido esse termo com frequência nos últimos dias e isso nos faz ter a confiança de que a indústria do estado voltará a crescer com números mais expressivos num breve espaço de tempo. O fator político tem grande importância nessa discussão e não podemos desprezá-lo. Sempre defendi que, mais dia, menos dia, a mudança de governo refletiria diretamente em questões como o câmbio estabilizado, aumento da produção e do consumo e consequentemente das exportações, além de mudar algo que é o principal na retomada da economia de qualquer país: clima positivo para se fazer novos negócios.

É claro que ainda estamos longe de apresentar um cenário como queremos e somos capazes de ter, mas a mudança de clima e de confiança já é notadas nas corporações e deve ser comemorada. A minha expectativa é de que o atual governo federal mantenha a linha de atuação na economia e na indústria. Eu tive a oportunidade de dizer isso pessoalmente ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, durante a última reunião de Conselho na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No nosso quintal, mesmo o estado de Mato Grosso do Sul passando por um momento histórico, com bilhões em investimentos em novas plantas de produção, estamos com os olhos bem abertos para o momento que o país ainda passa e não podemos descuidar. De uma forma geral, toda a indústria do país tem uma posição muito clara quando o assunto é imposto e incentivo. Somos absolutamente contra qualquer nova criação de tributo ou perda de incentivo já concedido. Caso isso seja aventado novamente, tenham certeza que vamos questionar, assim como fizemos durante todo ano passado.

Dentre os fatores que compõe a construção de um cenário otimista, um dos mais importantes é manter sempre viva a capacidade de acreditar e confiar. Regionalmente, a minha confiança nesse sentido está depositada nas decisões do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul em manter os incentivos fiscais que já estão em curso. Digo isso para lembrar que muitas empresas fizeram seus planejamentos e investimentos em nosso estado, baseado nesses acordos e contratos de incentivo. Eu não concebo a possibilidade de pensar que esses acordos serão quebrados ou alterados, já que a experiência de outros estados ao se alterar tais incentivos, foram todas muito mal-sucedidas e tiveram um final trágico com perda de investimento e aumento de desemprego. A sanha fiscal de Mato Grosso do Sul já é velha conhecida por investidores de fora, e perder o que já foi concedido, seria um choque frontal com o momento de volta de otimismo do empresário e investidor. Acho até justo se discutir o que ocorrerá daqui pra frente, mas, o que já se acordou, definido está.

Por outro lado, minha avaliação é que o otimismo está voltando a rondar a economia, também graças ao fortalecimento da cultura do trabalho, agora discutida de forma séria e promissora, ocupando cada vez mais os espaços da cultura do benefício por si só. Tenho certeza que os empresários só estão retomando a confiança por que em nenhum momento pararam para se lamentar do desastre nas contas do país, pelo contrário, fui testemunha e partícipe de diversas discussões com os setores em busca de alternativas para driblar o momento ruim, com produção, crescimento e geração de emprego. Os resultados estamos começando a ver agora, mesmo que timidamente e aos poucos

Espero que nos próximos meses possamos voltar a falar sobre isso, mas dessa vez, com os números no azul e as garantias mantidas.

 

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