Geral | Da redação/ com Gisele Mendes/Hojemais | 30/04/2016 09h40

Penitenciária de Três Lagoas adere paralização do Estado

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Servidores do Presídio de Segurança Média de Três Lagoas aderiram a paralização estadual nesta quinta-feira (28). As aulas na escola que funcionam dentro da unidade foram cortadas, assim como o trabalho desenvolvido pelos detentos. Em Campo Grande, essa manifestação foi iniciada na última segunda-feira (25).

De acordo com Lourival Pereira da Mota, vice-presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), a paralização foi motivada depois que seis agentes da Penitenciária Máxima da Capital foram envenenados no último dia 20. Um deles chegou a ser internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por conta da gravidade.

Exames clínicos mostraram indícios de envenenamento. Eles passaram mal após tomarem café na penitenciária. Depois desse episódio, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) suspendeu o trabalho que detentos desenvolviam na cozinha da unidade.

Nesta semana, um agente penitenciário de Campo Grande foi esfaqueado enquanto transferia um preso da Máxima. Conforme Mota, as ameaças são constantes e os servidores trabalham tensos por conta de retaliações que sofrem nas undiades. “Já participamos de inúmeras reuniões com o Governo do Estado, porém, até agora não recebemos reajuste e melhorias nas nossas unidades. Não tem mais como continuar trabalhando assim”, destacou.

Diante deste cenário, Mota disse que já foi definido em assembleia início de greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (2 de maio). A expectativa é que todas as unidades do Estado parem suas atividades.

Mota destacou ainda que só será possível cancelar a greve se o governo atender as reivindicações da classe, entre elas: aumento salarial, mais segurança nas unidades, plano de carreira e estrutura nas penitenciárias.

O salario inicial de um servidor é de R$ 2.940,00. A classe quer um reajuste de 16,14% referente ao período de inflação de dezembro de 2014 a maio de 2016. O governo, porém, ofereceu abono de R$ 200,00 e os agentes não aceitaram.

TRÊS LAGOAS

O Presídio de Segurança Média de Três Lagoas, assim como a maioria das unidades penais do estado, enfrenta problemas com a superlotação. Atualmente, 549 detentos ocupam as celas do local, contudo, elas têm capacidade para abrigar apenas 275 presos.

A equipe de agentes penitenciários também é reduzida. De acordo com Mota, são apenas cinco servidores para “darem conta” de mais de 500 homens. “É desumano. Não é possível desenvolver um bom trabalho, sem contar o risco de vida que eles correr por serem minoria”, completou.

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