Três Lagoas | Da Redação/Com Painel Florestal | 29/06/2015 10h45

Fábricas de celulose fornecerão energia para 1,3 milhões de habitantes

Compartilhe:

O Mato Grosso do Sul é uma grande opção para o país em produção de biomassa. Com a ampliação das fábricas da Fibria e Eldorado haverá um excedente de geração de energia com base em biomassa de 330 MWh, o que seria suficiente para abastecer uma cidade de 1,3 milhão de pessoas. O excedente das duas fábricas deverá ser vendido para a central energética nacional, contribuindo para a diversificação da cadeia energética do país.

Para Jaime Verruck, Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, o aumento da energia gerada a partir da ampliação da produção de energia das duas fábricas de celulose será importante para a diversificação da matriz energética do país, com base em biomassa, através das florestas de eucalipto. “Essa característica dá uma vocação ao estado também para a geração de energia por meio do cavaco. Desta forma, a energia deixa de ser um subproduto de celulose e passa a ser um produto final com as construções de usinas”, comenta.

O gerente de Recuperação e Utilidades da Eldorado Brasil, Murilo Sanches da Silva, explica que com a biomassa gerada e processada na fábrica, é possível gerar em torno de 80 toneladas/hora de vapor. “Tudo o que é produzido é 100% reaproveitado na caldeira de biomassa e transformado em energia”, explica.

A capacidade instalada da empresa atualmente é de 220 Megawatts, mas é produzido 170 megawatts/hora de energia de base sustentável, ou seja: biomassa. Parte dessa energia é utilizada para alimentar a fábrica - em torno de 95 megawatts - e o restante da energia é vendida para duas empresas que atuam dentro da fábrica e para o mercado.

De acordo com o presidente da Eldorado Brasil, José Carlos Grubisick, com a ampliação, a empresa passará a fabricar 328 megawatts/hora, consumirá – junto com outras empresas - 155 megawatts/hora, e seu excedente será de 170 megawatts/hora, o que deverá ser direcionado a central energética nacional para distribuição. Essa quantidade de energia será capaz de sustentar uma cidade com 700 mil habitantes.
A Fibria/MS informou que no início de 2013 elevou sua produção de energia excedente, após autorização da Aneel, de 30 para 50 megawatts/hora. Isso foi possível a partir de pequenas correções no projeto original da fábrica, possibilitando maior aproveitamento da biomassa sólida gerada no processamento da madeira. Com isso, a empresa saiu de uma geração de 120 para, aproximadamente, 140 megawatts/hora. Desse total de energia, 90 megawatts/hora abastece a produção da Fibria e da InternationalPaper, e o excedente é disponibilizado no Sistema Nacional. Esse excedente é suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes. Agora, com a ampliação, a Fibria gerará 385 megawatts/hora e terá um excedente de 160 megawatts/hora, contribuindo para o balanço energético brasileiro.

É objetivo do Sistema S construir, em todo o Brasil, 22 institutos de inovação e tecnologia, além de observar a necessidade de desenvolvimento em tecnologias fósseis aliado à capacidade agrícola e unido à industrialização que cresce no Mato Grosso do Sul. Um deles será em Três Lagoas: o projeto ISI (Instituto Senai de Inovação/Biomassa) – teve obras iniciadas em outubro de 2014 e que deverão ser finalizadas no segundo semestre de 2016.

O presidente da FIEMS - Federação da Indústria do Mato Grosso do Sul -, Sérgio Longen, disse que essa é a nova área de atuação do setor industrial, junto ao Senai, que agora agrega um novo setor de desenvolvimento, além do até então carro chefe “capacitação”, com a inovação para desenvolver tecnologias e garantir mais competitividade ao país. “Essa é a nova frente do Senai. Queremos ser mais fortes e, por isso, precisamos desenvolver pesquisas que fomentem geração de energia no Brasil por meio de biomassa. Este instituto atenderá todo o país buscando inovação. Temos que usar tecnologia própria para termos produtos finais competitivos. É objetivo também trabalharmos em parceria com os outros 21 institutos no Brasil”, disse Longen.

O objetivo geral do Instituto é tornar-se referência em biomassa no Brasil, inovar em termos de processo e produtos, por meio de pesquisa de ponta, oferecer suporte às indústrias já estabelecidas e contribuir para a abertura de novos segmentos, além de ser um elo da indústria para levar inovação ao mercado. Longen ressalta que países da Europa desenvolvem energia por meio de milho, beterraba e outros insumos agrícolas, ainda pouco explorados no Brasil. Portanto, é objetivo do instituto agregar à indústria esse conceito de exploração para fechar o ciclo das produções transformando a matéria prima inicial em produto acabado.

Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio ambiente do Estado, Jaime Verruck, o instituto deve ser visto nacionalmente, já que será referência nacional do Senai em estudos tecnológicos, mas é pertinente que esteja em Três Lagoas, haja visto que é um dos locais no país com maiores investimentos industriais, além do setor de agronegócios ser altamente desenvolvido. “O instituto será utilizado para buscar alternativas de produtos para biomassa, mas também de desenvolvimento de maquinário para esta finalidade. Três Lagoas vem se desenvolvendo e tem demandas de ambas as partes. Então, nada mais correto do que essa iniciativa do Senai de implantar o ISI no município”, disse.

O instituto de Biomassa ou como também é chamado o projeto ISI (Instituto Senai de Inovação) tem o objetivo de atender a todos os setores da indústria e às demandas específicas de cada região do País em áreas como energias renováveis, cosméticos, fármacos e fármacos veterinários, alimentos para animais com combinação de biomassa para rações, química fina e resíduos industriais.

Com investimento de R$ 35 milhões, este é o primeiro Instituto Senai de Inovação do Brasil na área de biomassa para o desenvolvimento de pesquisas de interesse do setor industrial de todo o País.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS