UEMS | Com Portal do Governo de MS | 04/07/2017 14h30

Em MS, professor cria game sobre livro que valoriza o negro na literatura

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Estimular a leitura nos alunos e desenvolver um game sobre a obra. Esta foi a ideia do professor José Gomes Pereira, que utilizou da obra A Cor da Ternura, da escritora brasileira Geni Guimarães, em uma escola pública municipal de Corumbá e criou o “Gomes Mania: Jogando com Geni”. Com estas atividades, o docente, que foi orientado pela professora, Drª Ana Claudia Duarte Mendes, aproveitou para explicar sobre a trajetória do negro na literatura brasileira e abordou as questões de identidade e valorização da cultura afro, durante a produção de sua dissertação no mestrado profissional em Letras, promovido pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), em Dourados.

As discussões foram possíveis, pois na narrativa da obra literária, houve um diálogo entre a menina protagonista e sua mãe, no qual se viu aflorar a não aceitação da própria cor. “O processo ajudou a perceber que algumas reminiscências estavam guardadas no segredo do psicológico dos alunos e foram, no decorrer das aulas, reveladas gradativamente”, percebeu o professor.

A partir desse contexto, realizou-se uma explicação sobre a trajetória do negro na literatura brasileira: do negro descrito do ponto de vista do branco, na poesia e na prosa, do branco criticando ou defendendo as culturas afrodescendentes, até o negro escrevendo sobre ele mesmo, passando a ser sujeito e não mais objeto de sua própria história.

Após a leitura, o trabalho resultou em um software. Trata-se de um jogo de perguntas e respostas objetivas sobre a obra A Cor da Ternura. Tudo foi feito com a participação dos alunos que montaram o questionário, e posteriormente foi convertido em forma de software em parceria com alunos do Curso de Engenharia de Computação, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). No game, uma caricatura do professor animada conduz o jogo juntamente com a personagem Geni.

“Embora a protagonista da obra A Cor da Ternura não tenha nome, foi necessário, por motivos de adequação interativa, a que propõe o software, fazer uso do nome Geni para facilitar a associação da imagem em forma de caricatura, presente na composição gráfica do game, com a personagem-principal do livro”, ressaltou José Gomes Pereira.

De acordo com o professor, os alunos puderam perceber quanto tempo levou para o negro conquistar seu próprio espaço na literatura brasileira, escrevendo ele próprio sobre seus desejos, suas inquietudes, suas derrotas e vitórias.

“Quando se desenvolve a prática da leitura, o docente, ao ler para os alunos e com os alunos, pode, a partir disso, propiciar a percepção crítica e autônoma deles sobre a importância de se valorizar o papel do negro na sociedade”, conclui.

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