Agricultura | Com Aline Lira, Assessoria de Comunicação/ Agraer | 27/07/2016 16h44

Agricultores e Agraer discultem estratégias de cultivo do abacaxi e mamão

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Em Mato Grosso do Sul 60% do mamão e 92% do abacaxi consumidos são provenientes de importação. Com base nesses números alarmantes, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) reuniu, nesta quarta-feira (27), mais de 150 pequenos produtores de municípios do Estado para discutir a questão da produção da cadeia dessas frutas. O encontro foi no auditório da Sinterpa, bairro Coronel Antonino, região norte de Campo Grande.

Boa parte do mamão que chega às mesas dos sul-mato-grossenses vem de São Paulo e Minas Gerais. Enquanto, o abacaxi é oriundo do Espírito Santo e São Paulo. No Estado, os municípios com maior produção de mamão, do tipo formosa, e abacaxi, do tipo pérola e hawai, são Campo Grande e Sidrolândia.

“Todo agricultor familiar tem condições de produzir mamão e abacaxi em Mato Grosso do Sul. A Agraer está seguindo a determinação do governador Reinaldo Azambuja para fomentar a produção interna. O encontro vem exatamente para levantarmos questões e direcionarmos os produtores interessados no plantio”, enfatizou o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini.

Condições climáticas, solo, propagação e plantio, produção, irrigação, seleção de mudas, preparo de solo, plantio, processo de sexagem das mudas, tratos culturais, calagem e adubação, doenças e pragas e combates de doenças foram alguns dos temas abordados no encontro.

Para a agricultora do assentamento Vida Nova do município de Bandeirantes, Maria Veneri, alguns ensinamentos serão postos em prática já no próximo plantio de mudas de mamão. “Aprendi que o mamão não gosta de água em excesso e deve ser plantado em um período não muito chuvoso. É um detalhe que faz a diferença, pois eu já plantei em período de chuva e as folhas das plantas amarelaram”, destacou a senhora.

A intenção do encontro, segundo Felini, é motivar as boas práticas do cultivo de mamão e do abacaxi, de modo que a produção interna supere a importação gradativamente. “Hoje, o tomate é o alimento campeão no nosso ranking de importação. Vem quase tudo de fora. São 21 toneladas de fora, buscamos a maior parte de São Paulo, sendo que temos as cidade de Ponta Porã e Antônio João com um clima propício para o cultivo. Nossa meta é reverter os índices”, explicou Felini.

Dono de uma pequena propriedade em Sidrolândia, o senhor Joelino Teixeira Sá, do assentamento Capão Bonito II, foi um bom exemplo apresentado ao público do evento. Em uma área de 2 hectares, o agricultor consegue tirar até 24 toneladas/ano de mamão. “Tenho dois hectares e quero aumentar minha área para cinco. Houve um tempo que parei de produzir mamão por conta de pragas na plantação. Mas, o mamão é uma fruta que sendo de boa qualidade você tem sempre freguesia garantida. Com dedicação ao trabalho é possível produzir bem”, afirmou o homem do campo que comercializa a maior parte da sua produção na Ceasa da Capital.

O intuito da Agraer é continuar realizando encontros nos mesmos moldes com os agricultores familiares para alavancar a produção regional. Em 2015, a cadeia da melancia foi tema do primeiro encontro. No mês de junho, o assunto em debate tratou sobre o cultivo em série de batata-doce e abóbora.

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