Curiosidades | Superinteressante | 21/08/2018 09h54

O Monte Rushmore possui uma “câmara secreta”

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Imagine que você está andando e dá de cara com quatro rostos esculpidos na parede de uma montanha. Não faz ideia do que seja aquilo, muito menos consegue reconhecer quem poderiam ser aquelas pessoas. Na década de 30, em uma sociedade ainda não tão globalizada e sem o Google para recorrer em momentos de aperto, perguntas como essas poderiam surgir para qualquer um que passasse pelo Monte Rushmore, nos Estados Unidos.

A preocupação em deixar um legado para a história do país levou o seu criador, o escultor norte-americano Gutzon Borglum, a criar uma sala secreta, ao melhor estilo das pirâmides egípcias, para servir como memorial quando o monumento fosse inaugurado.

Tudo começou com um convite a Borglum feito pelo historiador Doane Robinson. Ele tinha planos para uma escultura em algum dos montes da região de Black Hills, Dakota do Sul, e chamou Borglum porque, na época, o artista estava envolvido em um projeto parecido em na Geórgia e que nunca viu a luz do dia. Depois de acertarem quem seriam os homenageados e onde a gigantesca obra seria feita, a construção começou em 1927.

Catacumbas de Dakota
Desde a concepção do projeto, havia o cuidado para deixar registrado o motivo da construção do monumento, bem como de homenagear toda a história dos EUA. Nos rascunhos iniciais, por exemplo, Borglum pensou em uma linha do tempo esculpida ao lado da cabeça dos quatro ex-presidentes – George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln e Theodore Roosevelt – descrevendo nove momentos importantes do país. Por razões estéticas (e de bom senso), a ideia foi abandonada.

Em 1938, temendo que nada daquilo que eles estavam criando fosse preservado, Borglum resolveu iniciar a construção de uma câmara escondida atrás da cabeça de Lincoln. O local, chamado de Hall of Records, seria tão imponente quanto as esculturas e serviria para que as pessoas conhecessem toda a história do projeto, bem como abrigar estátuas de outras figuras americanas e documentos históricos como a Declaração da Independência.

Ambicioso, não? Para a tristeza de Borglum, o governo americano, que financiou a construção, não curtiu a ideia de gastar mais do que o previsto. Mas não deu tempo de bolar o lobby necessário: o artista morreu em 1941, e a escultura foi inaugurada pouco tempo depois, antes do Hall of Records ficar pronto. É por isso que a sala até hoje não possui uma passagem para que os turistas cheguem até lá.

Os descendentes de Borglum lutaram por décadas na justiça para que as obras do artista fossem concluídas. Em 1998, os EUA, simbolicamente, colocaram uma série de painéis no local que contam toda a história do Monte Rushmore. Na entrada, há uma citação do próprio Borglum inscrita como forma de homenagem. Sim, tudo isso segue completamente inacessível aos visitantes. Mas é melhor do que nada.

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