Pesquisa | Com Danielle Brito e Tatiane Simon | 22/10/2016 10h06

18 cidades de MS vivem pesadelo com o consumo do crack

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Uma pesquisa divulgada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) por meio do “Programa Crack, é Possível Vencer” aponta aumento na circulação da droga no Brasil. O Crack está cada vez mais presente nas pequenas cidades e zonas rurais.

O estudo publicado no Observatório do Crack tem o objetivo de dar maior transparência ao programa e permite ao cidadão acompanhar as ações realizadas pelos governos para o enfrentamento ao crack, além de disponibilizar informações por municípios, sobre os serviços das redes de saúde e assistência social voltados para o atendimento do usuário de drogas.

O Hojemais fez um retrato de como a droga está afetando aos municípios de Mato Grosso do Sul e quais as cidades mais atingidas pelo consumo do entorpecente.

Das 79 cidades de Mato Grosso do Sul, 18 foram classificadas com alto nível de problemas relacionados ao consumo de crack, 37 médio, 11 baixo, 11 cidades não responderam, e apenas três não apontaram problemas com o entorpecente.

A pesquisa divulgada revela que o crack está substituindo o álcool em grande parte dos municípios. A facilidade de acesso e o baixo custo do crack estão fazendo com que a droga se alastre. Uma pedra de crack pode custar em torno de R$10 a R$ 25, dependendo do tamanho e peso.

As cidades com maior índice foram Costa Rica, Chapadão do Sul, Cassilândia, Aparecida do Taboado, Água Clara, Brasilândia, Bataguassu, Campo Grande, Nova Alvorada do Sul, Gloria de Dourados, Itaquirai, Naviraí, Caarapó, Coronel Sapucaia, Ponta Porã, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista e Ladário. Já os municípios de Juti e Jaraguari não apresentaram problemas.

Conforme o relatório da CNM, Três Lagoas considerada a terceira maior cidade do Estado, foi classificada com o nível médio sobre a incidência de problemas relacionados ao entorpecente.

REGIÃO

O Estado ocupa a sétima posição no ranking nacional sobre a incidência do uso do crack. Segundo o estudo, 22,78% das cidades de MS são classificadas com nível “alto de problema com crack” e 46,83% delas entre o nível médio.

O diagnóstico mostra que cidades da macrorregião de Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul, Água Clara , Brasilândia apresentaram um alto índice de consumidores da droga. As cidades de Selvíria e Inocência estão classificadas com nível médio, assim como Três Lagoas. Paranaíba não apresentou dados da pesquisa ao CNM.

COMBATE
A Polícia de Três Lagoas tem feito operações para conter o tráfico e evitar ainda mais a oferta para o usuário e assim diminuir os índices de criminalidade ligada ao consumo da droga. Segundo dados divulgados pelo 2º Batalhão da Polícia Militar, 41,3 kg de entorpecentes foram retirados das ruas da cidade no período de dezembro passado a setembro deste ano. Quanto ao crack, especificamente, foram apreendidos 2,2 kg. Quase 38 quilos de maconha e 1,3 kg de cocaína também foram apreendidos pelos militares em trabalho ao combate do tráfico e do uso de drogas em Três Lagoas.

TRATAMENTO EM TRÊS LAGOAS

Três Lagoas oferece oportunidade para tratamento psicossocial a dependentes químicos através do SUS (Sistema Único de Saúde). Trata-se do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD), que somente no ano passado atendeu aproximadamente 2.600 pacientes. De acordo com Tânia Aparecida Dobre, coordenadora do Centro, pacientes com vício em álcool, cocaína e crack são os que mais procuram por tratamento.

O Centro tem o objetivo de propiciar assistência integral ao usuário de álcool e outras drogas, sendo porta de entrada para o tratamento da população da cidade. Oferece ambiente para acolhimento, tratamento e desintoxicação das síndromes de abstinência, promovendo a adesão ao tratamento, trabalhando com questões de reinserção social e familiar, além de oferecer suporte psiquiátrico, clínico, psicológico, social, terapia ocupacional e cuidados de enfermagem ao dependente químico.

Entre os serviços oferecidos Dobre destaca que a prioridade é a redução de danos sociais e à saúde, a prevenção de recaídas e a abstinência. “O CAPS AD tem trabalhado para o diagnóstico precoce, a prevenção e o tratamento da dependência de álcool e outras drogas, envolvendo ações de conscientização através de palestras e seminários juntamente com as empresas instaladas neste município, reuniões para os usuários e familiares”.

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