Saúde | Com Agência Brasil | 24/11/2021 09h17

Ações para cuidados da doença de Chagas devem ser implantadas em 2022

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Ao menos duas iniciativas para cuidar da forma crônica da doença de Chagas e evitar a transmissão congênita devem ser implantadas no ano que vem. O projeto Comunidades Unidas para Inovação, Desenvolvimento e Atenção para a doença de Chagas (Cuida Chagas), coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), está em fase final de aprovação da comissão de ética para ser implantado a partir de 2022, com duração de 4 anos.

O outro projeto é a finalização do Guia para estruturação de linhas de cuidado para doença de Chagas, que está sendo feito por um grupo de trabalho da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde da Saúde. As duas iniciativas foram apresentadas durante o 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis: Chagas e Hanseníase, promovido pela Fiocruz e a farmacêutica Novartis.

A pesquisadora principal do estudo Cuida Chagas, Andréa Silvestre, explicou que o projeto piloto, que conta com o financiamento da agência global Unitaid, será implantado nos municípios de Espinosa e de Porteirinha (MG), São Desidério (BA), São Luís de Montes Belos (GO) e Iguaracy (PE).

“Nós atuaremos com a vigilância de casos crônicos, com todas as ações priorizando e acontecendo na atenção primária à saúde, rastreamento e busca ativa de novos casos, permitindo toda uma viabilidade operacional. Nós imaginamos que nesses territórios nós temos a possibilidade de avaliar quase 6 mil pessoas, que serão identificadas dentro desse processo de detecção”.

De acordo com ela, o projeto também ocorrerá em dez municípios da Bolívia, 13 da Colômbia e cinco do Paraguai, com um total de 234 mil pessoas avaliadas.

“Nós utilizaremos sempre a comunicação como via de mudança social e de comportamento, então o envolvimento da comunidade é fundamental, para que a gente tenha ações de informação, educação e comunicação que possam ser aplicadas em profissionais da atenção primária à saúde e maternidade, para que a gente crie processo de diagnóstico e tratamento mais eficientes e efetivos”.

Silvestre destaca que, como doença negligenciada, menos de 10% das pessoas com a condição crônica da doença de Chagas são diagnosticadas e menos de 1% conseguem ser efetivamente tratadas.

Guia de cuidados

Integrante do Grupo de Trabalho da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde da Saúde, Swamy Lima Palmeira, explicou que a proposta do Guia de Linhas de Cuidado tem como objetivo geral promover a redução da mortalidade pela doença, promovendo o acompanhamento do paciente independente do ciclo da vida e da forma da doença.

“Como objetivos específicos a gente quer identificar os grupos populacionais em situação de vulnerabilidade e as áreas prioritárias do ponto de vista epidemiológico da doença; orientar e ampliar a oferta do diagnóstico laboratorial em municípios prioritários; garantir o tratamento específico; disponibilizar mecanismos de integração entre os diferentes níveis de governo; monitorar indicadores relacionados à vigilância; e integrar a atenção primária ao desenvolvimento de ações de prevenção e controle da doença de Chagas”.

De acordo com ela, outra linha importante é oferecer às famílias o conhecimento necessário para que saibam onde buscar assistência específica para diagnóstico e tratamento, como lista de exames que devem ser realizados e a periodicidade deles.

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