Três Lagoas | Da Redação/Com Hoje MS | 25/01/2013 12h37

Briga de sindicatos causa prejuízos em obras de TL

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Os sindicatos locais que representam a categoria dos trabalhadores do consórcio UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobrás que estão em paralisação, afirmaram que “interesses pessoais e político-partidários estão impedindo a negociação da greve”. 

A denúncia parte do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Leve) e do Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Pesada).

Eles alegam que o resultado da reunião de negociação realizada na terça-feira (22), em Campo Grande, teria sido manipulado pela Fetricom/MS (Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Mato Grosso do Sul), quando anunciado em assembleia para os trabalhadores na manhã de quarta-feira (23).

A alegação é de que o presidente da Fetricom, Webergton Sudário da Silva, seria o“cabeça”da manipulação dos trabalhadores para continuarem a greve, apesar dos avanços que os operários teriam obtido como resultado da ação dos sindicatos locais. Em nota, os sindicatos afirmam que Webergton, representantes da CUT e do STIAA/TL (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Três Lagoas e Brasilândia) são “agitadores” e “podem ser responsabilizados judicialmente pelos prejuízos que a UFN3 está tendo diariamente com a paralisação ilegal”.

As lideranças do Sintricon e Sintiespav afirmam que o desfecho da greve poderia ser favorável aos trabalhadores se fosse cumprido o acordo firmado na terça-feira. Os advogados destes sindicatos informam que estão preocupados com a possibilidade dos trabalhadores saírem perdendo na negociação, caso a Justiça decrete a ilegalidade da greve.

Os sindicatos também afirmam que, segundo os trabalhadores, um dos motivos “políticos” do grupo é que Webergton Sudário da Silva, da Fetricon, já teria anunciado sua intenção de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2014. Gilson Brito Frasão, outro membro do grupo, estaria manipulando os trabalhadores para sair candidato à presidência do Sintricon nos próximos meses.

Sindicatos

Negando a feitura de política, o presidente do STIAA/TL, Nilson Cavalcante, retrucou dizendo que os sindicatos locais devem “ter a hombridade, responsabilidade e obrigatoriedade de fazerem jus a sua função”. “Eles representam o trabalhador no papel, mas na prática, não. Uma prova disso é que, desde quando o ramo da construção civil cresceu com a vinda de indústrias para Três Lagoas, tem havido greves”, afirmou, ressaltando que os trabalhadores têm se mostrado insatisfeitos com a negociação.

O presidente da Fetricom, Webergton Sudário da Silva, argumentou que a federação tem legitimidade na negociação. “O próprio desembargador do Estado (Neri Azambuja), confirmou que temos parte na negociação”, disse. 

Webergton argumentou que não tem incitado os trabalhadores à greve. “Há vídeos feitos pela imprensa que comprovam o quanto nós tentamos convencer os trabalhadores a voltarem a trabalhar”, afirmou, minimizando as conversas sobre sua possível intenção de candidatar-se a deputado nas próximas eleições. “Estou à disposição do meu partido. Porém, não é esse o meu pensamento. Pretendo cuidar da Federação, na qual ainda tenho dois anos de mandato presidencial”, disse.

Já o trabalhador Gilson Brito Frasão confirmou sua intenção de se candidatar à presidência da Fetricom, mas negou que isso tenha relação com as suas participações nas recentes paralisações. “Quem está querendo greve é o trabalhador. Uma prova que uma coisa não tem nada a ver com a outra é que a maioria das greves da Eldorado fui eu que puxei e nem estava em questão a presidência do sindicato”, citou, lembrando que já havia concorrido às eleições do Sitricom em julho do ano passado, mas teve sua candidatura impugnada.

Reunião

No final da tarde de ontem (24), representantes dos sindicatos locais, da Fetricom, da empresa, além de uma comissão de trabalhadores se reuniram na sede do Sintricom para negociar a respeito do fim da paralisação na UFN3. Até o fechamento desta edição, a reunião ainda não havia terminado.

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