CCZ inicia inquérito canino para experimento

Três Lagoas (MS) - Iniciaram-se, nesta terça-feira, as açõesdo projeto experimental idealizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Fiocruz do Rio de Janeiro, para testar a eficácia das coleiras caninas de prevenção à leishmaniose. Os estudos vêm sendo coordenados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Três Lagoas.

Conforme o diretor do CCZ, médico veterinário Antônio Luiz Teixeira Empke, a primeira etapa do projeto teve início nos cinco setores da Vila Piloto. “Estamos coletando sangue dos cães para análise em laboratório da existência de leishmaniose canina”, explica Empke.

O trabalho no bairro era realizado por quatro equipes. Uma delas formada pelos agentes de saúde Fábio Fantin e Maria de Lima, que se dividiram nas funções de coletar sangue dos cães e preencher o extenso formulário de cadastro dos animais, contendo nome, idade, sexo e outras informações, assim como os dados do proprietário. “É um atendimento até rápido. Cada domicílio toma aproximadamente sete minutos para cadastrar cada cão”, cita Fábio.

Paralelamenteà coleta de sangue, o CCZ também deu início à vacinação antirrábica em todos os animais da cidade.

Para a dona de casaMarineide da Silva Borges, o trabalho desenvolvido pelo setor de saúde da Prefeitura é de grande importância. “Acho importante o trabalho que o CCZ desenvolve. Tenho dois cães, o Rabito e a Rubi, e sempre recebo os agentes em casa. Gosto dos meus animais, então tenho que cuidar deles e da minha família”, avalia Marineide.

O PROJETO
O projeto do Ministério da Saúde consiste em distribuir as coleiras nos cães do município em que houve alto índice endêmico de leishmaniose canina. Neste caso, além dos cinco setores da Vila Piloto, também farão parte dos estudos, os bairros Jardim Guanabara, São João, Vila Zucão e parte do São Carlos.

Conforme havia informado o diretor do CCZ, os cães da Vila Piloto não receberão a coleira, apenas terão o sangue coletado e o cadastro preenchido. Já os animais dos demais bairros, além do exame e do cadastro, receberão a coleira que leva uma dose de deltametrina a 4%, princípio ativo recomendado pela Organização Mundial da Saúde como uma das formas mais eficientes de controle da doença.

Durante 18 meses serão feitos exames de sangue nos cães dos bairros mencionados, incluindo os da Vila Piloto que não receberam a coleira. “Os exames serão repetidos a cada seis meses, assim veremos a eficácia das coleiras quando compararmos os exames de sangue dos cães protegidos e dos não protegidos com a coleira contra a leishmaniose”, lembra Dr. AntonioEmpke.

Caso elas comprovem sua eficácia, o Governo Federal tem como objetivo distribuí-las para todos os cães dos municípios onde a taxa de leishmaniose seja alta.

Apenas 15 municípios do País foram escolhidos para participar do projeto experimental, e Três Lagoas foi um deles, sendo o único do Mato Grosso do Sul. “Poucos municípios foram selecionados, porque o custo das coleiras é alto, por isso há o interesse em testar a eficácia delas, antes de comprar e distribuir gratuitamente para todos os cães do Brasil”, recorda ele.

As coleiras chegam a Três Lagoas na segunda-feira, de acordo com informações de Empke. “Assim que terminarmos os trabalhos nos setores da Vila Piloto, iniciaremos a distribuição das coleiras no Jardim Guanabara, São João, Vila Zucão e parte do São Carlos. Estão chegando 5 mil unidades que serão distribuídas para as três etapas do projeto”, concluiu o médico veterinário.