Funcionários da UFN3 decidem manter a paralisação

Os trabalhadores do consórcio UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobrás não aceitaram o resultado das negociações entre sindicatos e a empresa e decidiram dar sequência à paralisação. Em Assembleia realizada na manhã de ontem (23), a Fetricom (Federação dos Trabalhadores da Construção Civil de Mato Grosso do Sul) anunciou aos funcionários o que ficou decido na reunião de terça-feira (22).

Na terça-feira, no Tribunal Regional do Trabalho, o desembargador do Estado, Néri Azambuja recebeu o presidente da Fetricom, dos sindicatos locais (Sintricom e Sintiespav), da empresa e uma comissão de trabalhadores para chegarem a um acordo que pusesse fim à paralisação. Na oportunidade, ficou acertado que a empresa iria resolver questões sociais, como más condições dos alojamentos. 

Ficou negociada também a estabilidade de 60 dias, garantindo a não demissão de trabalhadores da comissão nesse período, bem como a classificação correta para não ocorrer desvio de funções e o pagamento dos dias não trabalhados, havendo compensação de quatro sábados cheios (oito horas).

Insatisfeitos

De acordo com o diretor da Fetricom, Webergton Sudário da Silva, o que frustrou os trabalhadores foi a ausência de uma mudança em termos financeiros. “Eles disseram que pretendiam voltar quando fosse negociado algum valor financeiro, como, por exemplo, o vale alimentação, que eles querem que suba de R$ 250 para R$ 500”.

O trabalhador Gilson Brito, disse que outras das exigências dos trabalhadores é que fossem resolvidas as questões do aumento do salário, bem como o pagamento das horas in-itineres. “Enquanto essas questões não forem resolvidas, os trabalhadores não estão dispostos a voltar às atividades”, informou Gilson.

Uma próxima reunião está marcada para segunda-feira (28), às 13h e deverá contar com a presença dos represente da Fetricom, dos sindicatos locais, da empresa e de uma comissão de trabalhadores. O presidente da Fetricom ressaltou que há a possibilidade de haver um adiantamento da data, o que ainda não está definido.

Durante a assembleia realizada na manhã de ontem, os trabalhadores bloquearam o acesso à empresa. A paralisação teve início na terça-feira (15) da semana passada e conta com a adesão de 3.500 funcionários.

Reunião

O presidente do Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Pesada), João Francisco de Andrade, disse que ficou surpreso tanto com a realização da assembleia quanto com a notícia de que os trabalhadores não encerrariam a paralisação. “Nós do sindicato não fomos avisados sobre essa assembleia. Ficou acertado de que a comissão de trabalhadores avisaria seus colegas sobre o que foi negociado. Nós recebemos a garantia do presidente da Fetricom de que se ele ligasse para os funcionários, em 20 minutos eles voltariam ao trabalho”, afirmou.

Lamentando que “o que foi combinado não tenha sido cumprido”, João Francisco avisa que aguarda a oportunidade de negociar com os trabalhadores. “Nós já estávamos prontos para irmos falar com os trabalhadores para combinarmos a negociação da reunião do dia 28. Isto porque, nesta reunião, serão os sindicatos locais que vão negociar e a Federação irá apenas assistir”, avisou.