Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 16/07/2014 17h01

Futuro da área da linha férrea divide opiniões

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Três Lagoas (MS) - O Futuro da área de servidão por onde passam os trilhos no perímetro urbano de Três Lagoas pode ser decidido após realização de audiências públicas, já que há muitas correntes de opiniões sobre o aproveitamento das áreas e dos trilhos ao longo da linha férrea. Com a conclusão das obras do contorno ferroviário, previstas para dezembro deste ano, a linha férrea que corta a cidade será desativada e, as discussões sobre o aproveitamento desse espaço urbano já começaram.

Conforme divulgado na edição do último sábado do Jornal do Povo, o governador André Puccinelli, disse que vai deixar um projeto executivo de urbanização pronto com relação ao que poderia ser feito no local, para que o próximo governador possa executá-lo,porque não haverá tempo hábil para sua execução pela atual administração do Estado. A intenção, segundo o governador, é que, em Três Lagoas, ocorra igual aconteceu em Campo Grande, assim que os trilhos foram retirados do perímetro urbano, o que resultou na construção da Orla Morena,projeto que revitalizou essa importante área urbana na região central da capital.

 A prefeita Márcia Moura, por sua vez, adiantou que não existe a necessidade da linha férrea ser removida para que novas ruas e passagens sejam feitas. Comentou que poderia ser aberta uma via, interligando o bairro Jupiá, até o Novo Oeste, localizado nas imediações do cemitério da cidade, quando, então, poderia ser utilizando um trem urbano como meio de transporte dos passageiros. Entretanto, disse que será realizado estudo para analisar melhor o reaproveitamento dessa área.

O promotor de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo de Três Lagoas, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, há tempos, defende a instalação de um meio de transporte de superfície, um Veículo Leve sobre os Trilhos- VLT, com duas composições para o transporte público, que atenderia desde o Jardim Imperial até oJupiá. E, quem sabe, até com a possibilidade de servir também para passeio até o Distrito de Arapuá.

POPULAÇÃO

Na manhã de ontem, durante o programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM, a população opinou sobre o que poderia ser feito nessa área por onde passam os trilhos. Algumas pessoas entendem que poderia ser utilizado para a implantação desse tipo de transporte público, enquanto que outras, embora entendam a ideia como interessante, acham que seria inviável a implantação desse meio de transporte, mas não justificaram a opinião.
Houve ouvinte que defendeu essa ideia, inclusive, destacou que seria importante para o desenvolvimento do turismo do município. E, outros, entendem que essa providência seria importante para se preservar a história do município. Por outro lado, tem aqueles que defendem a retirada da linha férrea do perímetro urbano, assim que o contorno ferroviário for concluído.
Outros, ainda, defendem a construção de uma avenida seguindo o mesmo traçado por onde passam os trilhos. Inclusive, com a revitalização dessa área no centro da cidade e construção de uma ciclovia.


Urbanista defende criação de um parque urbano


Na opinião do arquiteto e urbanista Fayez José Risk, um dos responsáveis pela elaboração e revisão do Plano Diretor de Três Lagoas, o VLT seria o transporte ideal, pois é um sistema ambientalmente correto que oferece conforto, segurança e qualidade de vida para os usuários do transporte coletivo. Entretanto, disse que é inviável e utópico para a realidade de Três Lagoas, já que tem um custo elevadíssimo para a sua implantação. A implantação do serviço em Cuiabá, devido ter sido sede da Copa do Mundo, que aconteceu no Brasil, custou R$ 1,477 bilhão. Esse foi o valor que o consórcio venceu a licitação para a instalação do modal.

Sem contar que, segundo ele, o VLT não seria implantado utilizando os trilhos atuais. “Os trilhos atuais estão descartados, servem apenas para esse tipo de trem que ai está. O VLT é tipo um bonde, ou seja, a tração dele é diferente do trem. O que tem que ser discutido é se o traçado por onde passa a linha férrea será aproveitado, e não os trilhos”, comentou.
Fayez informou que o aproveitamento desse espaço por onde passam os trilhos está previsto no Plano Diretor do Município. Nessa área, segundo ele, tem que haver a preservação cultural. Além disso, está previsto também a utilização dessa área para a implantação de um grande eixo de transporte que corta toda a cidade. “Seria implantado um corredor exclusivo de ônibus, assim como está sendo feito em Campo Grande. O VLT é economicamente inviável em Três Lagoas, um vagão custa cerca de R$ 15 milhões. Então, pelo volume de pessoas que tem na cidade seria inviável. Tem cidades no exterior e de menor porte,que têm esse serviço, mas são cidades ricas e, por isso,  arcaram com a implantação desse meio de transporte”, explicou.

Para o arquiteto, nesse espaço por onde passam os trilhos poderia ser feito ainda um parque urbano, inclusive com esse corredor para ônibus, além disso, teria espaço para a construção de um centro administrativo, bem como poderia seraproveitada algumascasas da NOB para se fazer um polo gastronômico, assim como deixar espaço para estacionamentos também. “Esse é um espaço imaginável, dá para se fazer muitas coisas, é um área muito grande”, destacou.


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