Três Lagoas | Da Redação/Com Jornal do Povo de Três Lagoas | 10/12/2012 11h33

Migrantes buscam oportunidades de emprego

Compartilhe:

A perspectiva criada para Três Lagoas é de uma boa cidade para viver, e de que, em consequência do seu desenvolvimento industrial, sobra emprego. Isso tem feito com que muitas famílias sem nenhuma condição de estabilidade financeira venham para o munícipio. Segundo a diretora da Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social, Silvânia Bersani, têm sido comum famílias chegarem à rodoviária, com filhos, colchão e as roupas em uma caixa de papelão, além da falta de documentos.

Ela informou que o número de migrantes que vem para Três Lagoas aumentou consideravelmente nos últimos anos. Para se ter uma ideia, de janeiro a outubro deste ano, 1.150 pessoas foram atendidas no Albergue Municipal. No ano passado, 1.094 passaram pelo local. Nos últimos três anos, mais de 3.300 já passaram pelo Albergue. Desse total, 2.833 eram homens, 378 mulheres e 120 idosos. Além disso, 602 foram inseridas no mercado de trabalho; 322 foram atendidas apenas com abrigo e alimentação, 2.065 recebem passagem para outra cidade e 18 eram pessoas de outros países, como Paraguai, Venezuela, entre outros.

Somente em outubro deste ano, 134 pessoas foram atendidas no Albergue.Diante desse aumento, a equipe da secretaria tem agido rapidamente para evitar que essas pessoas, principalmente aquelas com crianças, fiquem nas ruas. Silvânia Bersani informou que, em alguns casos, elas são levadas para o Albergue, onde é oferecido atendimento a fim de que todos consigam a documentação necessária para obter um emprego. Em outros casos, é fornecida a passagem para que elas retornem para a cidade de origem, assim que for constatado que não existem as mínimas condições de permanência no município.

De acordo com a diretora, devido ao fato de Três Lagoas ser um corredor de entrada e estar em franco desenvolvimento, isso faz com que haja um aumento de migrantes. “Essa mobilidade de pessoas sempre vai existir”, destacou. Uma prova disso é que, segundo ela, houve um aumento no número de atendimento no Albergue Municipal. Antes, a média era de 30 pessoas por mês. Agora, é de 170. “Atendemos pessoas quer seja em situação de rua, migrantes ou que estão apenas de passagem pela cidade”, informou.

Silvânia Bersani disse que, no Albergue, todos têm abrigo, alimentação, tomam banho e recebem todo o auxílio para conseguir os documentos pessoais e até emprego.

Situação de risco

De acordo com a diretora do departamento de Proteção Especial, em toda a cidade há pessoas em “situação de rua”. No último levantamento realizado pela Secretaria de Assistência Social, há três meses, foi constatado que 29 pessoas estavam em situação de rua em Três Lagoas.

Algumas, segundo a diretora, estavam de passagem ou em busca de um emprego. Outras, por opção. “Muitos não são moradores de rua. Alguns ficam por um período na cidade vivendo com dinheiro de mendicância, mas, depois, vão para outro município e retornam após algum tempo. Porém, há aqueles que, por circunstâncias diversas, como uso de álcool ou drogas, acabam morando nas ruas.”, explicou.

Atualmente, 15 pessoas estão no Albergue recebendo atendimento, inclusive do Centro de Apoio Psicossocial. Silvânia explicou que não é tão simples tirar uma pessoa dessa situação de rua. Isso, segundo ela, não ocorre da noite para o dia. Por esse motivo, a Secretaria de Assistência Social intensificou um trabalho de articulação com os órgãos da Saúde para que, gradativamente, conforme rege a política nacional de atendimento à pessoa em “situação de rua”, seja possível tirá-los dessa condição.

O primeiro encaminhamento, segundo a coordenadora, é conhecer a realidade de cada um. “Muitos não determinam de onde são e nem quais são seus laços familiares. Às vezes, ficamos seis meses para conseguir isso. Essa é uma das características do morador de rua: perder o vínculo familiar. Diante disso, a equipe de técnicos da secretaria empenha-se a fim de que eles recebam um bom tratamento e também para que a família os receba de volta. Em alguns casos, já é mais difícil porque a pessoa é dependente de álcool ou de drogas e a família passa a não aceitá-lo mais”, esclareceu.

De acordo com Silvânia, a Prefeitura tem oferecido atendimento médico, psicológico, e ainda conta com apoio no centro de tratamento contra o uso de drogas e álcool. Tudo é feito para tentar tirá-los do vício a fim de que eles possam voltar a conviver novamente em sociedade e com seus familiares. Ela disse que o resultado tem sido bastante positivo. A secretaria conseguiu encaminhar para um local de tratamento uma mulher que agrediu, com uma faca, na semana retrasada, duas pessoas no centro da cidade. A diretora informou que ela tem problema mental, e que já havia sido oferecido um tratamento a ela.

“A Andrea estava bem, mas teve uma recaída, e agora conseguimos mandá-la para fazer tratamento em outra cidade. A mãe dela mora em Três Lagoas”, informou. Já o senhor que fica com ela na rua receberá atendimento e tratamento no Albergue para que ele consiga deixar o álcool.

Por outro lado, a Secretaria iniciou, agora, um trabalho em parceria com a Polícia Militar para tirar de circulação pessoas que estão nas ruas, mas que estão com mandados de prisão em aberto. Antes de eles irem para o Albergue, é feita a checagem para verificar se existe alguém em débito com a justiça. Nesta semana, por exemplo, houve a prisão de uma pessoa que estava com um mandado de prisão em aberto. Outra razão para a presença dos policias em algumas abordagens, é que, às vezes, alguns são agressivos e não permitem que os técnicos da secretaria iniciem qualquer procedimento na tentativa de resolver os problemas deles.


VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS