Três Lagoas | Da redação/com JPNews | 24/04/2015 10h25

Petrobras adia conclusão da UFN-III

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A Petrobras postergou as ações necessárias à contratação de nova empresa para execução do escopo remanescente da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFNII), em construção em Três Lagoas, enquanto perdurarem as medidas de preservação do caixa da estatal. Segundo a Petrobras, o adiamento é "por extenso período".

Conforme detalhou, em notas explicativas do balanço de 2014, divulgado nesta semana, a Petrobras informou que excluiu a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III) do teste de impairment (reavaliação no valor de ativos), realizado para determinar o valor recuperável dos ativos ao final de 2014.

As obras de construção da fábrica de fertilizantes nitrogenados estão paradas desde dezembro do ano passado, quando a Petrobras rompeu o contrato com o Consórcio UFN 3, formado pelas empresas Sinopec e Galvão Engenharia, esta última envolvida na Operação Lava Jato da Polícia Federal. “Posteriormente a esta paralisação, a companhia optou por reavaliar seu cronograma de implantação, postergando as ações necessárias à contratação de nova empresa para execução do escopo remanescente, enquanto perdurarem as medidas de preservação do caixa", informou a Petrobras.

De acordo com dados do Relatório da Administração da Petrobras de 2014, divulgados nesta semana, na área de fertilizantes, a Petrobras destaca que é responsável por três fábricas: Fafen-BA, Fafen-SE e Fafen-PR. Em 2014, a estatal informou que produziu 882 mil toneladas de amônia, das quais 637 mil toneladas foram utilizadas no processo produtivo da ureia e 1.109 mil toneladas de ureia.  No mesmo período, a Petrobras comercializou, respectivamente, 228 mil toneladas de amônia e 1.046 mil de toneladas de ureia. “Interrompemos as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (MS) devido à baixa performance do Consórcio UFN III, cujo contrato foi rescindido. Posteriormente, optamos por reavaliar o cronograma de implantação da Unidade”, diz a Petrobras em seu relatório.

A Petrobras, no entanto, não detalha e não apresenta dados, no seu relatório, em relação a potencial perda da companhia com a postergação do cronograma da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, em Três Lagoas. O valor inicial da obra era de R$ 3,1 bilhões. No decorrer da execução do empreendimento, segundo a Petrobras, foram assinados 21 aditamentos no valor total de R$ 112.349.121,14, que somados ao valor original do contrato eleva-o para R$ 3.212.349.121,14.

Em relação ao balanço de 2014, a Petrobras disse que foi "impraticável" identificar a data e o montante exatos das perdas adicionais impostas por fornecedores e empreiteiras à companhia no âmbito da Operação Lava Jato. A estatal pondera que os depoimentos identificaram apenas as empresas e não todos os contratos, além de não especificar os períodos em que os pagamentos que incorporaram os gastos adicionais foram feitos. No total, a Petrobras informou perdas de R$ 50,8 bilhões no ano passado. Desse montante, a maioria se refere à reavaliação no valor dos ativos (impairment).

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