Sindicatos questionam paralisação na UFN3
Os trabalhadores do consócio da UFN3 (Usina de Fertilizantes Nitrogenados) continuam paralisados. De acordo com Gilson Brito, que trabalha como pedreiro e integra a comissão de trabalhadores atuantes na negociação, após protocolarem as reivindicações no escritório da empresa, o que foi feito a pedido da mesma, eles aguardam uma contraproposta.
Gilson afirmou que a paralisação teve início após alguns trabalhadores, insatisfeitos com a atuação dos sindicatos da cidade que representam a categoria, procurarem o auxílio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que teve o apoio da Fetricom/MS (Federação dos Trabalhadores da Construção Civil de Mato Grosso do Sul) e da Cutcom (Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e da Madeira).
O pedreiro detalhou que, o que motivou a greve foi o fato de os trabalhadores terem ficado insatisfeitos com o aumento que havia sido conquistado pelos sindicatos locais, ser dirigido apenas a parte do setor da montagem e não da civil. “Eles conseguiram o reajuste para alguns cargos da montagem, de R$ 1.600 para R$ 2mil. Porém, muitos trabalhadores ficaram sem”, disse.
Os dois sindicatos que representam a categoria na cidade são o Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Leve) e o Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Pesada). Eles dizem que têm defendido o interesse dos trabalhadores.
O secretário do Sintiespav, José Cleonildo Dias, define essa paralisação como um tipo de “baderna para chamar a atenção”. Ele conta que havia sido marcada uma assembleia com os trabalhadores para a manhã de quarta-feira (16). “Quando chegamos lá, os trabalhadores já estavam em manifestação e fomos agredidos por alguns deles e pelos membros dos sindicatos”, afirmou.
Com relação ao reajuste que teria sido parcial, ele dá outra versão ao caso. “Não foi um reajuste, foi uma correção de salário. E fizemos apenas com parte da categoria de montagem porque eles entraram recentemente na obra. Foi um realinhamento”, contou, afirmando que pretendem continuar a negociação. “Não vamos aderir a essa paralisação, mas também não vamos abandonar o trabalhador. Continuaremos a negociação com a empresa, pois somos o sindicato oficial da categoria”, afirmou.
O Sintricom, que desde o ano passado está sendo gerido por uma junta governativa, declarou, por meio da presidente da Junta, que quer conhecer as reivindicações dos trabalhadores e dar sequência às negociações com a empresa. “A última negociação que fizemos foi no mês passado. Já o reajuste de salário ficou marcado para o dissídio coletivo, que ocorrerá em maio”, disse a presidente.
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