Ribas do Rio Pardo viu ‘explosão’ da criminalidade com chegada da celulose

Assessoria/Prefeitura

A cidade de Ribas do Rio Pardo, que enfrenta desde 2021 um rápido crescimento econômico e populacional, viu os índices de criminalidade dispararem após a chegada da celulose na região. O fenômeno reflete os desafios enfrentados por municípios onde o progresso e as oportunidades vêm acompanhados de problemas sociais.

Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), ocorrências de diversas naturezas, que até então não eram habituais, passaram a ser rotina no cotidiano dos rio-pardenses após o início das obras do Projeto Cerrado na cidade, em 2021.

Com o aumento da população, que passou de 25 mil para 34 mil habitantes em dois anos, os casos de furto dispararam: foram 186 registros em 2020, antes da chegada da celulose, contra 437 no ano passado, o que representa um crescimento de 134%.

As tentativas de homicídio também subiram vertiginosamente. Enquanto em 2020 foram apenas 3 casos, em 2022 foram 18. No ano passado, a Polícia Civil registrou 17 ocorrências. Já a violência doméstica também registrou aumento: 129 agressões em 2020, contra 204 no ano passado.

De acordo com a assessoria de imprensa do município, nos últimos dois anos, Ribas gerou 6.185 novos empregos, abriu 1,4 mil empresas e ganhou 9,5 mil habitantes. Antes da chegada da fábrica, em 2020, o município tinha 25.310 habitantes, e, atualmente, tem cerca de 34 mil moradores.

O Projeto Cerrado é um dos maiores investimentos privados em curso no Brasil e o maior empreendimento da história da Suzano. Serão mais de 19 bilhões de reais investidos na construção da fábrica, que terá capacidade de processar 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano.

Mais segurança - No final do último ano, a Prefeitura da cidade anunciou a construção de um condomínio residencial destinado aos profissionais de segurança pública que atuam na cidade, uma iniciativa pioneira na região.

Além disso, o Governo do Estado oficializou a criação da 13ª Companhia Independente de Polícia Militar na cidade, em um investimento de aproximadamente R$ 12 milhões. O efetivo policial deve passar de 30 para 80 policiais militares.

Alerta para o Bolsão - A cidade de Três Lagoas passou por processo parecido entre os anos de 2009 e 2010, com as chegadas da Eldorado e da Suzano. Foram bilhões injetados na economia do município, que viu sua população subir exponencialmente: em 2008, eram 88 mil moradores. Hoje, esse número já passa de 132 mil, segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2022.

“A implantação de uma indústria desse porte atrai inúmeras outras pequenas empresas e trabalhadores de todo o país também chegam. Com a ampliação da população, o município enfrenta alguns desafios, como o aumento no valor dos aluguéis, o aumento da violência. E por aí vai. Três Lagoas passou por tudo isso e ainda enfrenta alguns perrengues”, alertou o prefeito Angelo Guerreiro.

A bola da vez é a pequena cidade de Inocência, que tem cerca de 8 mil habitantes e deve ver sua população triplicar nos próximos 10 anos. A chilena Arauco começa erguer sua planta em 2025 no município, com investimentos na casa de R$ 15 bilhões. No auge das obras, 12 mil empregos devem ser gerados.

“A Administração e Câmara Municipal trabalham, junto com o Governo e com a Arauco, para amenizar as demandas futuras, que serão muitas. Sabemos que nos próximos anos, especialmente a partir de 2025, teremos um incremento de população muito grande com a construção da fábrica. Precisamos nos adequar para ver se acontece o mínimo possível de problemas na cidade”, disse o prefeito da cidade, Toninho da Cofapi.