Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 26/09/2013 17h02

A cada minuto, município registra pelo menos uma infração de trânsito

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Três Lagoas (MS) - Em todo o mundo, o comportamento irresponsável no trânsito, em especial o de dirigir sob efeito do álcool ou outras drogas, é uma preocupação constante das autoridades. A Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011 lançou campanha educativa sob o nome de  “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, lançando um desafio para os países: reduzir pela metade o número de mortes no trânsito em um prazo de 10 anos. Mas há algo que nem sempre é lembrado pelos motoristas: quando um acidente não resulta em óbito e não deixa grave sequelas em suas vítimas. Em muitos casos, quem sofre  acidente grave precisa reaprender até as ações mais básicas, como comer, falar e andar.

Nossa reportagem foi às ruas para observar o comportamento do motorista que trafegam pelas ruas de nossa cidade. O primeiro cruzamento escolhido foi da avenida Eloy Chaves com a avenida Rosário Congro. Em 20 minutos de observação, o que mais chamou a atenção foi o ao de que motoristas não respeitam as faixas de sinalização . Os famosos “comem-faixa”, durante o tempo que a reportagem observou o local somou 32 veículos que utilizavam as duas faixas ao mesmo tempo, impedindo o veículo que trafegava ao lado de ultrapassar. Ao mesmo tempo, desses 32 veículos, 11 motoristas foram flagrados falando no telefone celular.

Porém ninguém foi visto sem usar o cinto de segurança. O caso mais extremo de falta de respeito foi de uma mulher que dirigia uma camionete: ela parou em cima da faixa de pedestre e ficou segurando o trânsito – seis carros estavam atrás dela e não podiam ultrapassá-la porque a condutora, além de estar em cima da faixa de pedestre, ocupava as duas faixas. O motivo: ela estava digitando uma mensagem de texto no celular, enquanto que  todos os motoristas que estavam atrás de seu veículo buzinavam para chamar a atenção. Durante quatro longos minutos essa motorista segurou o trânsito, enquanto digitava o celular.

Na Avenida Antônio Trajano dos Santos, nas proximidades da Igreja Matriz, foi encontrado um carro estacionado em plena esquina em cima da faixa amarela, local proibido, em local destinado à conversão de automóveis. Esse veículo atrapalhava o fluxo do trânsito e impedia a conversão à esquerda com segurança. Na mesma quadra, havia um carro estacionado em frente a um ponto de ônibus,  sem a presença de motorista, enquanto que outro motorista estacionava o carro conversando no telefone telefone celular e sem o cinto de segurança.

A reportagem seguiu até a Circular da Lagoa Maior. Por lá, foi visto um casal de idosos  caminhando na calçada, enquanto que uma senhora andava no meio da rua. No primeiro caso,   ciclistas sob a calçada desviam do casal e motoristas faziam malabarismos para  desviar e não atropelarem a senhora que trafegava pela rua.  Nessa circunstância, observou-se  que não são  motoristas e motociclistas que não observam as leis de trânsito.
Na avenida Capitão Olyntho Mancini, na parte central de Três Lagoas é comum ver pedestres cruzar a rua fora da faixa.

Idosos, mães com crianças no colo, pessoas desatentas falando ao telefone, o tempo todo. Em contrapartida, carros e motocicletas não seguem o próprio curso sem diminuir a velocidade quando atravessam qualquer cruzamento. Só em frente a um supermercado que está localizado nesta mesma avenida, em 15 minutos de observação, 18 pedestres tiveram a mesma conduta. Em seguida, a reportagem dirigiu-se até a avenida Rosário Congro, pista de tráfego intenso, onde veículos transitam em alta velocidade e cometendo novamente o “come faixa”. Em um dos cruzamentos, próximo das 18h, quando o tráfego aumenta nas vias da cidade, veículos paravam em cima da faixa de pedestre. Ciclistas, novamente, teimavam em competir com os carros que insistiam em não respeitar a pista de velocidade mínima e ainda com motociclistas realizando ultrapassagens pelo lado inverso.

Em Três Lagoas, de janeiro a agosto, foram registrados 19 acidentes com mortes. Desses, conforme estatísticas da PM, nove casos foram registrados na via urbana, nove em rodovias, uma na zona rural, segundo dados da Polícia Militar.

ESTUDO

Segundo um levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, feito com base nos pedidos de indenização ao Seguro DPVAT,  aponta que o número de vítimas de trânsito é maior do que o registrado por homicídio e câncer.

Em 2012, a Seguradora Líder DPVAT registou um crescimento de 39% de indenizações pagas com relação ao ano anterior.

Os casos de invalidez permanente representaram 69% do total e os pagamentos relativos às vítimas fatais alcançaram um número superior a 60 mil.
Os dados do Seguro DPVAT ainda chamam a atenção para a faixa etária das maiores vítimas da violência no trânsito: 41% do total de indenizações pagas em 2012 foram para jovens entre 18 e 34 anos de idade.

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