Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 29/09/2013 12h00

Prefeitura retira cobertura que servia de abrigo para sem teto

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Três Lagoas (MS) - A Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação iniciou ontem a retirada da cobertura, localizada na calçada na avenida Rosário Congro, onde funcionou por mais de dez anos o Camelódromo de Três Lagoas. A revitalização desse espaço já era para ter acontecido, há três anos, quando os camelôs desocuparam o local e mudaram para o prédio do antigo Mercado Municipal, o Mercadão.

Entretanto, como a cobertura de alguns boxes do antigo Camelódromo não foi removida, o local acabou tornando-se  abrigo para moradores de rua. O Jornal do Povo e a TV Concórdia, canal 13,  na semana passada denunciaram essa situação, que retratava uma omissão da Secretaria de Assistência Social no atendimento a essas pessoas. Diante da denúncia a administração municipal tomou a decisão em retirar a cobertura do local e removê-las do local. Segundo o secretário de Infraestrutura, Walter Garcia, esse processo, no entanto, foi todo acompanhado pela equipe da Secretaria de Assistência Social, que ofereceu como abrigo o Albergue Noturno da cidade mantido pelo próprio município. Embora reconheça que a cobertura já deveria ter sido removida desde quando o Camelódromo foi desativado, Walter Garcia, disse que agora, foi oferecido uma nova oportunidade para essas pessoas.   

Quanto à revitalização do espaço, o secretário informou que é preciso aguardar a conclusão das obras do contorno ferroviário, e consequentemente a retirada dos trilhos para que o projeto de melhorias no local possa ser executado. “Estamos desenvolvendo o projeto de revitalização do centro, que inclui a avenida Filinto Müller, mas a execução deste projeto só será possível quando o contorno ferroviário for concluído e a linha férrea for retirada”, justificou.

O secretário ressaltou que é preciso ser feito um trabalho de recuperação de calçadas na avenida Rosário Congro para garantir melhores condições de locomoção para pedestres. Vale ressaltar que esse projeto não visa retirar ninguém que esteja morando na Esplanada da NOB”, adiantou.

Pessoas em situação de rua são levadas para o Albergue 

Sete pessoas que utilizavam a cobertura na calçada na avenida Rosário Congro, onde funcionava o antigo Camelódromo, aceitaram e foram encaminhadas para o Albergue Municipal. Segundo a diretora do Departamento de Proteção Social, da Secretaria de Assistência Social, Mara Carrara, apenas duas pessoas resistiram e não quiseram ir para o albergue. Entretanto, disse que a equipe da secretaria continuaria acompanhando-as para que elas pudessem desistir da ideia em continuar morando na rua. 

Mara informou que não é tão simples convencer essas pessoas deixarem as ruas. “Esse é um trabalho continuo da secretaria. Todos os dias, nossa equipe percorre as ruas e conversa com essas pessoas, tenta convencê-las a fazerem um tratamento para deixar o vício do álcool ou das drogas, mas não é fácil. Alguns aceitam, fazem o tratamento certinho e retornam ao convívio familiar. Outras, até ficam um tempo no albergue, começam a fazer o tratamento, mas depois têm uma recaída e voltam para a rua”, comentou a diretora.

Segundo Mara Carrara, desde o ano passado o Albergue Municipal deixou de ser apenas um abrigo de passagem.

Temos permitido que as pessoas fiquem no local  até concluírem o tratamento contra o álcool e drogas, bem como arrumarem um emprego e casa para morar. 

O alberga abriga atualmente 40 pessoas. Dessas, apenas dez estão de passagem, outras  para fazer tratamento ou porque não tem para onde ir. Duas famílias estão no albergue há mais de um ano, inclusive, elas foram contempladas com os apartamentos do Novo Oeste e em breve, vãs deixar o local.

Tem uma senhora que passou por uma cirurgia e também está no albergue, outras estão fazendo o tratamento certinho. O número de pessoas que estão apenas de passagem é pouco e sempre é rotativo. Hoje tem uma quantidade, amanhã já tem outra “ comentou.

Mara disse ainda que, além do tratamento, a equipe desenvolve um trabalho para inseri-los no mercado de trabalho.

“Muitas pessoas já conseguiram emprego, outras conseguiram retornar para o convívio familiar, ou encontraram um local para morar. Esse é um trabalho rotineiro da secretaria, informou a coordenadora Mara.

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