Deputado ressalta politização do câncer na audiência sobre fosfoetanolamina

Em virtude da expectativa acerca da fosfoetanolamina na cura do câncer, a Comissão de Seguridade Social e Família promoveu nesta quinta-feira (12/11) uma audiência para debater o uso e a veracidade dos efeitos da substância no tratamento da doença.

A fosfoetanolamina sintética, que foi desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, ganhou destaque no noticiário nacional após virar caso de Justiça. A droga ainda não foi liberada para venda pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas alguns pacientes entraram com ações na Justiça para poder se tratar com a substância, que vem sendo atestada pelos pacientes como revolucionária no tratamento do câncer.

A própria USP, a Anvisa e diversas autoridades médicas alegam que a droga não passou por testes em ratos ou cachorros, muito menos em humanos, por isso nem mesmo pode ser considerada um medicamento.

O deputado federal Mandetta acompanhou o debate e ressaltou que a busca pela cura do câncer é importante, mas alguns parlamentares estão tentando politizar o fato e tirar vantagem em cima disso.

“Tenho muita preocupação com a politização desse tipo de situação. Hoje estamos em frente a uma droga que tem um apelo muito grande, e todos os elementos e estruturas estão aí para serem utilizadas. Esse é o momento dos pesquisadores e órgãos se fecharem em um encontro técnico e não dos deputados criarem projetos de lei liberando a substância.”, informou.

Segundo o parlamentar, a pesquisa cientifica deve prezar pela seriedade e rigor ao mérito. “Ainda não temos medicamento temos apenas uma substância promissora que precisa ser testada para saber se é segura ao ser humano.”, alertou.

No final de outubro, o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho com representantes da Anvisa, do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Fiocruz para agilizar as etapas de aprovação e desenvolvimento da fosfoetanolamina.