Região | Da redação/com JPTL | 16/10/2013 11h35

Cidades aderem à luta contra a exploração do trabalho infantil

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Região do Bolsão (MS) - Municípios da região do Bolsão aderiram ao programa de conscientização sobre o trabalho infantil. O compromisso de implementação dos projetos nas cidades foi feito junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em audiência realizada em Três Lagoas, na semana passada.

Conforme informações do MPT, o encontro, que contou com a participação do procurador do trabalho Carlos Eduardo Andrade, reuniu representantes dos municípios de Anaurilândia, Brasilândia, Inocência, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Cassilândia, Paranaíba, Selvíria, Aparecida do Taboado e Três Lagoas. Andrade é suplente regional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância), no Estado.
 
O encontro teve como objetivo dar início à elaboração das estratégias de implementação do projeto, entre eles o projeto MPT na Escola.
 
Pela proposta do Ministério Público do Trabalho, a educação aparece como importante ferramenta de desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes.
 
Além disso, os educadores são citados como aqueles com as melhores condições de identificar os casos de exploração da mão de obra de crianças e adolescentes, motivo pelo qual o órgão destaca a necessidade de maior engajamento desses profissionais no trabalho de conscientização.
 
A primeira etapa do projeto é a capacitação e sensibilização dos coordenadores pedagógicos das escolas selecionadas.

Após essa fase, o conteúdo é repassado aos professores para abordagem dos temas em sala de aula.
 
As oficinas de formação são de responsabilidade do MPT, assim como a distribuição do material pedagógico de apoio e pelo acompanhamento da execução das atividades. Na fase de execução, são produzidas tarefas escolares, pelos alunos sobre os temas da cartilha “Brincar, Estudar, Viver... Trabalhar só quando Crescer”.

ESTATÍSTICAS

Ainda segundo o Ministério Público do Trabalho, o projeto visa reverter o cenário de exploração do trabalho infantil hoje apresentado por Mato Grosso do Sul. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na contramão do restante do Brasil, no Estado os casos de trabalho infantil aumentaram. Enquanto que em 2011, o percentual de ocupação de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos era de 6,63%. Em 2012, passou a ser de 8,53%.
 
Das três principais regiões do Bolsão, o índice também é preocupante. Em Três Lagoas, segundo os dados do Censo do IBGE mais recente (2010), havia 1.715 crianças e adolescentes trabalhando naquele. Dessas, pouco mais da metade (822), tinham de 10 e 14 anos.

Em Paranaíba, também em 2010, 800 adolescentes com idade entre 10 e 17 anos estariam trabalhando. Desse total, 592 eram garotos e 158 meninas. Já em Aparecida do Taboado, o índice apontado pelo Censo foi de 609 crianças e adolescentes trabalhando, sendo 405 garotos e 203 mulheres.

OFICINAS

A próxima reunião para discutir o projeto está prevista para o dia 21 de outubro, em Brasilândia, quando será realizada a oficina de formações dos coordenadores municipais. Três dias depois, o curso acontece em Bataguassu, alcançando também os educadores de Santa Rita do Pardo e Anaurilândia. No dia 26 de novembro, o evento acontecerá em Paranaíba e também atenderá com profissionais de Aparecida do Taboado, Selvíria, Inocência e Cassilândia. A última oficina será de 4 a 8 de fevereiro de 2014, em Três Lagoas.

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