Simulador eleva custo, clientela cai 30% e autoescolas demitem instrutoresnas autoescolas
Com o aumento de até R$ 300 no custo das aulas para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de carro, em função da obrigatoriedade do uso do simulador, a procura já diminuiu nas autoescolas. Algumas estão até demitindo instrutores por conta da queda de 30% no número de alunos.
Desde o dia 1º de janeiro, quando passou a ser obrigatório o simulador, a maioria das escolas fez parceria com o SindCFCMS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Mato Grosso do Sul), que tem os equipamentos. A autoescola oferece as aulas teóricas e práticas e encaminha os alunos ao sindicato para fazer as cinco com o simulador.
Pelo uso do equipamento, o aluno paga ao centro de formação de condutores que repassa o valor ao sindicato. Essa foi a maneira encontrada para facilitar o processo, já que o simulador custa caro e há uma insegurança em relação a lei. Os gerentes de autoescolas não sabem se a obrigatoriedade vai permanecer.
O proprietário da autoescola Mônaco, Jairo Ricci, chegou a comprar um aparelho simulador apesar de acreditar que o uso não altera muito o aprendizado. “Faz três anos que tem essa polêmica. Eu consegui devolver a máquina que comprei e não tive prejuízo, mas agora não compensa comprar, porque em alguns Estados a lei caiu, como Piauí e Distrito Federal. Além disso, não existe certeza de eficácia, pois é um vido game melhorado, na minha opinião”, comenta.
O pacote de habilitação para carro e moto, com 20 aulas, teve acréscimo de R$ 290 e ficou em R$ 1.800 mil, segundo Jairo. “Esse repassasse do custo e a crise econômica diminuíram a procura em 30% e tivemos que parar dois carros”. Com menos clientes, dois instrutores já foram demitidos e o proprietário está reorganizando a equipe para não ter que fazer mais demissões.
A Auto Escola Aliança, também já sente a queda brusca no movimento de clientes. Segundo a gerente Sandra Maria de Mendonça, agora o aluno paga R$ 290 a mais e a CNH de carro e moto, que antes saia por R$ 1.510, agora custa R$ 1.800. “Temos seis carros e ainda não precisamos parar nenhum, mas o gasto com o simulador fez o movimento cair muito”, disse.
A guia com o preço das cinco aulas com simulador é paga à parte na autoescola Líder. A parceria com o sindicato tem ajudado muito, mas como o valor é repassado ao cliente tem sido impossível manter o número de alunos. Geralmente, o uso do simulador é pago separado, mas também é possível parcelar, no pacote. A autoescola não precisou enxugar o número de pessoal, mas sabe dos boatos de que outros centros de formação demitiram número expressivo de instrutores, segundo a atendente, que preferiu não se identificar.
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