Três Lagoas | Da redação/com JPTL | 23/08/2013 11h53

Apae de Três Lagoas tem 50 alunos no mercado de trabalho

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Três Lagoas (MS) - Ainda existem muitas etapas a serem cumpridas, entre elas a do preconceito, entretanto, os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Três Lagoas têm muito a comemorar. Enquanto que, em um passado não tão distante, eram mínimas as empresas que aceitavam cumprir a lei e contratar deficientes. Hoje, sobram vagas. 

De acordo com Silvana Cristina Fontanetti Pinto, coordenadora pedagógica do mercado de trabalho, a instituição tem 50 jovens que passaram pelo curso de qualificação profissional e já estão inseridos no mercado de trabalho.Destes, 30 pessoas com deficiência intelectual, e, 20 deles, com outras deficiências como auditiva, visual etc. “Esta parceria entre empresas e Apae foi uma ótima iniciativa, pois deu segurança para empregador contratar, além de dar uma chance para o deficiente se sentir útil”, disse a coordenadora.

Os alunos trabalham em 20 empresas parceiras da Apae. Entre elas, lojas do comércio, serviços e até indústrias. Conforme a equipe do curso preparatório sente que o aluno está pronto, a instituição entra em contato com as empresas para saber da vaga disponível. O processo de adaptação e todo o tempo de permanência dos alunos são acompanhados pela equipe técnica.  A equipe a multidisciplinar é composta por assistente social, psicóloga, terapeuta ocupacional e coordenadora pedagógica.

No entanto, segundo Silvana Cristina, o deficiente ainda encontra algumas barreiras. “Há colegas de trabalho que têm dificuldade para aceitar o diferente ao seu lado, realizando uma mesma atividade, de forma mais lenta e ganhando o mesmo salário”, explicou.

Mas, conforme a coordenadora, mesmo assim, ainda está com o saldo positivo. No passado, os deficientes eram exterminados. Depois passaram a ser escondidos em porões, pois os familiares tinham vergonha deles. Entretanto, com a luta das Apaes e outras instituições é que a classe conquistou legislações em benefício dos deficientes. Na década de 90, foi aprovada a lei nº 8.213/91, a qual garantiu as cotas de deficientes nas empresas. Esta prevê que empreendimentos acima de 101 funcionários devem contratar 2% de trabalhadores com deficiência, a cota chega até 5% para empresas com mais de 1001 colaboradores.

SATISFAÇÃO

A jovem Maria Gabriela Antônio, 18, conseguiu esta semana seu 1º emprego. Ela vai ser auxiliar de produção em uma empresa de embalagens. Antes mesmo de receber o primeiro salário, faz planos. “Quero ajudar financeiramente minha avó, e também minha mãe. E ainda vou guardar dinheiro para comprar uma casa, e casar com meu namorado de 26 anos”, contou. E continuou: “Trabalhar era o maior sonho da minha vida”.

SEMANA

De 21 a 28 deste mês, a Apaerealiza a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Durante esta semana a equipe pedagógica da entidade preparou inúmeras atividades diferenciadas para os estudantes, entre elas, piquenique na Lagoa Maior, e boate no Viracopos, das 18h30 às 21h. Nesta última atividade, só participam os alunos acima de 15 anos. Entretanto, para esta noiteno Viracopos a equipe de Três Lagoas, convidou integrantes de Apaes de Brasilândia, Selvíria, Água Clara, e também de municípios do Estado de São Paulo como Andradina, Itapura, Ilha Solteira e Pereira Barreto.

O objetivo desta semana, conforme Silvana Cristina Fontanetti Pinto, coordenadora pedagógica do mercado de trabalho, é divulgar a proposta dos trabalhos desenvolvidos pelas Apaes do País.

Em Três Lagoas, por exemplo, a instituição desenvolve inúmeros projetos, divididos por faixas etárias, porém eles beneficiam desde bebês até adultos. Entre eles, destaque para a escola da Apae, com ensino diferenciado das escolas das redes municipal, estadual e particular, projetos desportivos e cursos de qualificação profissional.

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